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domingo, 24 de junho de 2012

palavras

Eu crio e descubro algo novo
Em minhas velhas tralhas esquecidas. 
Me surpreende, me encanta, me choca. 
É um reencontro com o meu próprio lixo, 
Sedimentado numa área alagada qualquer 
Da minha existência desvelada. 
Me encanto no desencanto. 
Não posso criar sem desencantar-me 
E, desencantando-me, me encontro 
Num encanto imaginativo. 
Quando desconstruo o dia e a cidade, 
Ergo minha imaginação, 
As minhas imagens em movimento 
Num palco sem platéia. 
E eu queria poder olhar-me 
Com olhos de outros, 
Como um crítico escondido atrás das luzes. 
Não é de mim que falo apenas. 
Eu também sou esse crítico que te ofusca 
E te vejo só e desnuda. 
Você pessoa 
Que por trás de toda a tinta 
É tão crua... 
Tão só. 
Não nos vemos, não nos tocamos, 
Mas criamos. 
E cá estamos a nos encontrar. 
Você me lê e isso é mais seu do que meu. 
Você me recria embaralhando nossas tralhas. 
Eu te imagino, imaginando o que sei e o que não sei de nós. 
Portanto, te digo: eu não sei! 
Só queria saber o que pode um poema 
Nesse encontro. 
Você e eu. 
Pessoas do mesmo verbo. 

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